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Medindo o que importa
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Imagine esta situação: você decide que é hora de emagrecer. Treina 5x por semana, come de forma saudável e dorme bem. Após 6 meses, sobe na balança e o peso continua o mesmo. Isso incomodaria, certo? Por quê?
Porque somos obcecados por resultados – para aquilo que é importante para nós. E não só isso: só medimos aquilo que realmente importa. Repetições, pace, VO2max, número de braçadas, potência, horas de sono, gastos... A lista é infinita. E há uma verdade simples aqui: se queremos melhorar em algo, uma das melhores formas é começar a medir esse algo.
O mercado de medições na saúde
O mercado de “medição” na saúde é enorme. Ele abrange desde laboratórios de exames até empresas de tecnologia como Garmin, Apple, Eight Sleep, Whoop, Oura, Lingo e muitos outros. Só no Brasil, os laboratórios de exames, que são uma espécie de empresa de medição, faturam mais de R$50 bilhões por ano. No campo da longevidade, porém, a medição ainda está em seus primeiros passos. Claro, os exames tradicionais continuam importantes, mas agora estamos falando de novos parâmetros voltados aos pilares da longevidade.
Aging Clocks: Os relógios do envelhecimento
Uma das principais ferramentas que emergiram nesse campo são os relógios do envelhecimento, também chamados de relógios epigenéticos (lembra da última news?). Esses relógios medem mudanças epigenéticas nas células e comparam esses dados com grandes bases de dados para, entre outras coisas, determinar:
Sua idade biológica: Como seu corpo se compara à sua idade cronológica.
Velocidade de envelhecimento: A taxa em que seu corpo está envelhecendo.
Por exemplo, com uma velocidade de envelhecimento de 0,80, em um ano (365 dias), seu corpo envelhece apenas 292 dias. Já com uma velocidade de 1,40, você envelhece 511 dias em um ano, o que aumenta o risco de praticamente todas as doenças.
Como eles funcionam?
O primeiro relógio do envelhecimento foi o Horvath Clock, criado por Steve Horvath em 2013. Ele mede alterações nos padrões de metilação do DNA, uma das formas pelas quais o epigenoma pode ser alterado. Esses dados são processados por algoritmos para prever sua idade biológica.
Desde então, com os avanços em inteligência artificial, surgiram métodos e algoritmos ainda mais sofisticados (alguns nem medem alterações epigenéticas). Isso tem levado a uma explosão no mercado e à criação de novos relógios.
Na prática: Medindo o progresso
O objetivo dos Aging Clocks é simples: medir regularmente para avaliar se as ações que você está implementando – dieta, exercício, sono – estão funcionando. No Brasil, esses relógios ainda não estão disponíveis, mas não deve demorar. Enquanto isso, você pode:
Comparar exames laboratoriais: Use resultados tradicionais para avaliar sua saúde geral.
Acompanhar métricas pessoais: Dispositivos como Garmin e Oura fornecem dados úteis, como Sleep Score.
📊 Veja aqui a planilha que o Bryan Johnson compartilhou com seus resultados impressionantes. Com isso, você pode ter uma ideia do que medir por enquanto.
O que realmente importa
No Brasil, os Aging Clocks ainda precisarão passar pelas etapas de aprovação da Anvisa, mas isso não deve demorar (assim espero). Estamos apenas no começo de uma revolução. No entanto, o que realmente importa são as mudanças de hábito que fazemos hoje. Afinal, medição não é o que vai, na prática, nos fazer viver mais e melhor.