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Microplásticos: Inimigo invisível da longevidade?
7 minutos de conteúdo sobre como viver mais e melhor

Este é um daqueles temas difíceis de abordar, mas que precisam ser discutidos. Por quê? Porque o que sabemos sobre microplásticos e seus impactos na saúde ainda está em estágio inicial, e há um volume crescente de informações que parecem exagero.
Não, a ciência ainda não provou causalidade direta entre o acúmulo de micro e nanoplásticos (MNPs) no corpo e doenças específicas, mas existem correlações. Mas vamos concordar: quem realmente quer partículas de plástico acumulando no cérebro, nos órgãos reprodutivos e em outros tecidos vitais? Não parece ser um bom negócio.
O objetivo não é ser alarmista. O objetivo é compartilhar o que já sabemos, com base na ciência, e oferecer maneiras práticas de reduzir sua exposição.
O que são microplásticos e nanoplásticos e onde estão?
Microplásticos (menos de 5 mm) e nanoplásticos (menos de 1 micrômetro) são fragmentos resultantes do desgaste ou da decomposição de materiais plásticos maiores. Essas partículas são compostas por polímeros sintéticos, como BPA, BPS, ftalatos e PFAS, conhecidos disruptores endócrinos. Eles são absorvidos pelo corpo por vias como ingestão, inalação e até mesmo contato com a pele.
E onde eles se armazenam dentro de nós? Basicamente, em todo lugar.
O que mais preocupa é o fato de que MNPs têm sido detectados em tecidos protegidos, como cérebro, testículos e placenta, atravessando barreiras biológicas antes consideradas impenetráveis. Tudo isso visto em necrópsias.
Os possíveis impactos na saúde
Embora as pesquisas ainda estejam no início, os estudos existentes apontam para correlações preocupantes:
Riscos cardiovasculares: Em um estudo com pacientes submetidos a cirurgias arteriais, a presença de microplásticos em placas foi associada a um aumento de 353% no risco de infarto, AVC ou morte.
Disruptores endócrinos: Substâncias como BPA interferem na regulação hormonal, aumentando riscos para o metabolismo e a reprodução.
Inflamação e estresse oxidativo: Estudos em modelos animais sugerem que essas partículas podem causar danos celulares, prejudicar o microbioma intestinal e provocar respostas inflamatórias no organismo.
Ainda há muito a ser compreendido, mas os dados já apontam para a necessidade de ação.
Principais fontes de exposição
Você está se expondo aos MNPs diariamente de várias formas:
Água potável: Partículas são encontradas tanto na água engarrafada quanto na da torneira. No entanto, um estudo da OMS mostra que a água armazenada em garrafas PET pode conter até 10x mais partículas do que em “água torneiral”.
Embalagens alimentares: Plásticos usados para armazenar alimentos liberam partículas, especialmente quando aquecidos ou expostos ao sol.
Ar: Fibras de roupas sintéticas, poeira doméstica e partículas de pneus são inaladas constantemente.
Você já percebeu. Evitar completamente é praticamente impossível, por isso não adianta ficar paranoico. O que fazer então?
Como reduzir sua exposição
Embora seja impossível eliminar completamente os microplásticos da sua rotina, algumas mudanças simples podem reduzir a exposição:
Armazenamento:
Use recipientes de vidro no lugar de plásticos para armazenar alimentos.
Prefira garrafas reutilizáveis de materiais como inox ou vidro para beber água.
Troque copos de plástico por copos de vidro
Durante o treino, hidratar é muito importante, então prefira garrafas de inox.
Preparo de alimentos:
Não aqueça alimentos em recipientes plásticos.
Prefira usar panelas de cerâmica e ferro fundido
Filtragem Ultrapower:
Para eliminar MNPs da água que bebemos do filtro de casa, o ideal seria usar filtros de osmose reversa com remineralizador (a osmose reversa retira da água inclusive os eletrólitos), mas isso exige alto investimento.
Existe como o corpo eliminar microplásticos?
Seu corpo possui mecanismos naturais de defesa e detoxificação, mas eles têm limites. Aqui estão algumas formas de ajudar o processo:
Consumo de alimentos crucíferos: O fígado metaboliza toxinas usando enzimas que podem ser estimuladas pelo consumo de alimentos ricos em sulforafano, como brócolis e couve. Prefira cru ou levemente cozido no vapor.
Fibras na dieta: Elas auxiliam na eliminação de partículas pelo trato digestivo.
Suar: A transpiração é uma das formas naturais de expelir toxinas do corpo.
Suplementação de sulforafano: Estudos indicam que doses de até 10mg de sulforafano já podem ser eficazes, mas consulte um profissional antes de adotar. Inclusive essas quantidades já podem ser atingidas via alimentação de qualidade.
Discussão apenas começando
A discussão sobre microplásticos ainda está em seus primeiros capítulos. Novas tecnologias para detecção e estudos sobre seus efeitos na saúde estão surgindo, mas há muito para evoluir. Enquanto isso, a melhor abordagem é a prevenção e o consumo consciente. Reduzir o uso de plásticos descartáveis não só minimiza sua exposição como também contribui para a sustentabilidade do planeta.
Serendipidade
De forma supercoordenada, Peter Attia em seu AMA e Rich Roll entrevistando Rhonda Patrick soltaram conteúdos sobre o assunto microplásticos essa semana. Coincidência? Vai saber.
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