EDIÇÃO APOIADA PELO

Bom dia. Na loucura do dia a dia, especialmente nessa reta final do ano, esquecemos que bastam poucos minutos para recuperar a paz interior. Uma forma cientificamente validada? Escutar o canto de passarinhos. Pesquisadores do Instituto Max Planck descobriram que apenas 15 minutos de canto de pássaros reduzem significativamente ansiedade e estresse. A crença popular diz que é porque pássaros só cantam quando não há predadores por perto. Provavelmente é mais complexo que isso, mas o efeito é real. Independente do motivo, esses minutos podem transformar o seu dia.

🔎 RESUMO DA EDIÇÃO DE HOJE (TL;DR)

👟 Caminhada e longevidade: talvez o exercício mais subestimado, por que sair da faixa dos 2 mil passos e chegar perto dos 7 mil já derruba risco de morte e doenças crônicas, como usar passos ao longo do dia para controlar glicose, digestão e recuperação, e por que caminhar ao ar livre multiplica os benefícios.

🧬 Medicina de precisão & dados: Dra. Silvia Lagrotta discute a hiperexpansão de exames multi-ômicos, wearables e IA, mostra como excesso de informação sem contexto gera ansiedade e pouco resultado, e defende o médico como curador clínico que integra dados, fisiologia e acompanhamento longitudinal.

💊 Metformina e envelhecimento: o que a revisão mais recente mostra sobre o potencial geroprotetor da metformina, onde a evidência em longevidade é fraca em pessoas saudáveis, por que ela continua central no tratamento do diabetes e o que esperar de estudos como o TAME.

💡 Notícias da semana: Eli Lilly chega a US$ 1 trilhão puxada pelos GLP-1, Drauzio Varella ganha documentário sobre maratonas e longevidade, Harvard lança o modelo de IA popEVE para doenças raras, Novo Nordisk aposta em edição epigenética com a General Control e a Perelel recebe aporte para expandir suplementos voltados à saúde hormonal feminina.

📖 Vale Saber: Theodore Roosevelt lembra que o mérito pertence a quem está “na arena”, errando, insistindo e tentando de novo, e não a quem critica da arquibancada, um lembrete direto para quem quer levar a sério saúde, mudança de hábito e longevidade.

COMO COMEÇAR

A maneira mais fácil de começar um exercício

A maior parte do dia moderno acontece sentado. Tela, reunião, deslocamento. O corpo fica parado enquanto a cabeça vai embora. É justamente aí que entra o exercício mais democrático que existe: a caminhada. Uma forma simples de devolver movimento ao dia e, ao mesmo tempo, mexer em questões importantes de saúde a longo prazo.

Nos últimos anos, começaram a aparecer estudos grandes medindo passos com acelerômetros e acompanhando pessoas por muitos anos. Em 2025, uma meta-análise publicada no Lancet Public Health reuniu mais de 50 estudos com adultos de diferentes países para responder a uma pergunta simples: quantos passos por dia se associam a menor risco de morte, doença cardiovascular, demência, quedas e outros desfechos relevantes?

Bem, você deve imaginar. A cada aumento de passos, o risco cai. A curva desce rápido quando alguém sai de algo em torno de 2 mil passos diários para a faixa dos 4 mil, 5 mil, 6 mil passos. Em torno de 7 mil passos por dia, o risco de morrer por qualquer causa já está cerca de 40 a 50% menor em comparação com quem permanece em níveis muito baixos de movimento. Para doença cardiovascular, mortalidade por câncer, demência e quedas, a direção é a mesma: mais passos, menos eventos ao longo dos anos.

Mas isso não significa que existe um “número mágico”. O que os dados mostram é uma curva de retorno decrescente. Sair do sedentarismo para 4 mil ou 5 mil passos muda bastante o jogo. Chegar perto dos 7 mil consolida boa parte do benefício. A partir daí, 8 mil, 9 mil, 10 mil passos continuam ajudando, mas com ganhos menores por bloco de mil passos. É uma mensagem importante porque torna a meta realista e tira o peso da ideia de que “ou faço 10 mil ou não adianta”.

E tem outro ponto essencial: caminhada é uma porta que abre outras portas. Serve para perder peso, ganhar condicionamento e criar base para esportes mais intensos no futuro. O episódio do Viva+ onde falo com o Alan Bazeth é um bom exemplo disso, ele usou a caminhada para sair dos 115 kg e hoje (5 anos depois) já completou três maratonas.

E o que mais?

A caminhada também conversa bem com o metabolismo. Depois das refeições, a glicose sobe no sangue. Se você permanece sentado, o pâncreas precisa trabalhar mais para dar conta. Quando você caminha, os músculos passam a captar glicose como combustível, e parte dessa captação acontece por vias menos dependentes da insulina. Isso suaviza picos depois do almoço ou do jantar e, no longo prazo, protege contra resistência à insulina, síndrome metabólica e diabetes tipo 2. Em pessoas com risco cardiovascular mais alto, estudos mostram quedas em pressão arterial, gordura abdominal, enzimas hepáticas e melhora de capacidade aeróbica com a simples inclusão de caminhadas estruturadas.

No intestino, o efeito também é positivo. Movimento corporal estimula a motilidade do trato digestivo, reduz constipação, diminui o tempo de contato das fezes com o cólon e reduz a sensação de inchaço. O corpo foi desenhado para digerir em movimento, não parado.

Para quem já treina, caminhada não é “atividade menor”. Funciona como recuperação ativa. Depois de uma sessão intensa, uma caminhada leve aumenta fluxo sanguíneo, ajuda na remoção de metabólitos, mantém articulações soltas e não adiciona sobrecarga. É uma forma de somar minutos de baixa intensidade na semana, algo que se associa a melhor controle de inflamação e melhor percepção de energia.

O cérebro também se beneficia desse hábito simples. Caminhar melhora o fluxo sanguíneo em regiões ligadas à memória, atenção e tomada de decisão. Estudos mostram melhor desempenho em tarefas de criatividade e, ao longo dos anos, menor risco de declínio cognitivo. Em paralelo, quem acumula mais passos apresenta menos sintomas de depressão e ansiedade em estudos observacionais. Talvez seja por isso que o Nietzsche disse “Todas as grandes ideias são concebidas enquanto se anda.

Quando a caminhada acontece ao ar livre, os efeitos se somam. A exposição à luz natural ajuda a sincronizar o relógio biológico e melhora o sono. Terrenos irregulares engajam músculos estabilizadores e mantêm o sistema nervoso mais treinado. Ambientes com verde e menos ruído reduzem cortisol e criam um espaço mental de pausa que é difícil de conseguir dentro de casa ou olhando uma tela.

O que fazer com tudo isso na prática?

  • Se você está muito sedentário, o primeiro alvo não é 10 mil. É sair da faixa dos 2 mil e construir, aos poucos, 4 mil, 5 mil, depois 6 ou 7 mil passos diários. Lembra de como começar um hábito.

  • Se você já treina, pense na caminhada como parte do plano: depois de treinos intensos, em dias de descanso ativo e após refeições maiores.

  • Depois do almoço, planeje 10 a 15 minutos para caminhar. Não precisa ser rápido. Precisa ser consistente.

  • Ao longo do dia, quebre longos blocos sentado com microcaminhadas de 2 minutos a cada 30 a 60 minutos.

  • Sempre que possível, inclua pelo menos uma caminhada ao ar livre, com luz natural. 

Os dados ainda são, em grande parte, observacionais. Precisamos de mais ensaios clínicos longos para entender melhor o impacto em grupos específicos e em diferentes contextos. Mas o conjunto de evidências é muito contundente: aumentar o número de passos diários é uma das intervenções mais acessíveis, escaláveis e efetivas para reduzir risco de doenças crônicas e prolongar anos de vida com qualidade.

No fim, caminhar é escolher não passar o dia inteiro parado. Não exige talento, nem equipamento especial, nem protocolo perfeito. Exige apenas intenção, organização e a decisão de repetir amanhã. Bora!

UM CONTEÚDO DO INSTITUTO ASSALY

Personalização para uma vida melhor

No Instituto Assaly, acreditamos que longevidade é viver mais, é viver melhor, com autonomia, clareza e saúde integral. Somos um centro de excelência em medicina personalizada, onde ciência de ponta, escuta qualificada e visão humana se integram. Com uma equipe multidisciplinar, coordenada pela Dra Vânia Assaly, unimos genômica, nutrição, medicina preventiva e práticas baseadas em evidências para criar estratégias únicas para cada fase da vida. Aqui, cada detalhe importa. Se você busca um cuidado que respeita sua história, sua biologia e seu futuro, agende uma consulta com nossa equipe. O caminho da longevidade começa com escolhas feitas hoje e podemos criar uma jornada de saúde tão única quanto você.

PALAVRA DA ESPECIALISTA

Medicina de precisão & ciências da longevidade

A democratização de exames multi-ômicos, a popularização de wearables avançados e o uso crescente de inteligência artificial nos biomarcadores apontam para uma nova fase da medicina preventiva e da longevidade. Entretanto, embora o volume de dados disponíveis aumente exponencialmente, a capacidade clínica de traduzi-los em intervenção eficaz, contínua e baseada em evidências permanece fragmentada. Este artigo discute os desafios e oportunidades dessa transição, argumentando que o futuro da medicina personalizada exige menos acúmulo de dados e mais curadoria clínica, estrutura metodológica e monitoramento longitudinal.

Nos últimos meses, diversos acontecimentos globais confirmaram uma tendência já clara para pesquisadores e clínicos da saúde personalizada: a hiperexpansão dos dados biológicos.

Exemplos recentes incluem uma empresa internacional de biomarcadores captando US$ 298 milhões, com exames custando US$ 1/dia; plataformas diretas ao consumidor oferecendo 120+ biomarcadores sem mediação clínica; e avanços acelerados em proteômica, metabolômica, microbioma, “aging clocks" e IA aplicada à saúde.

A promessa é sedutora: mais dados, mais previsibilidade, mais capacidade de antecipar risco. No entanto, essa expansão traz um alerta importante: tecnologia democratiza exames. Mas não democratiza desfechos clínicos. O acesso aumenta; a efetividade, não necessariamente.

Na literatura atual de medicina de redes (systems biology), observa-se que biomarcadores-chave são modulados continuamente por fatores como estresse crônico, arquitetura do sono, cronobiologia, ambiente psicossocial, estado inflamatório, dinâmica nutricional e ritmo ultradiano.

Estudos mostram que pessoas com o mesmo SNP, o mesmo VO₂ ou os mesmos marcadores respondem de maneiras extremamente diferentes a intervenções idênticas — variabilidade interindividual. Assim, embora seja possível analisar 150–200 biomarcadores com precisão crescente, dados sem contexto fisiológico produzem apenas informação, não cuidado.

Na prática clínica, tornou-se comum que os pacientes cheguem com grandes volumes de exames avançados, relatórios multi-ômicos gerados por IA, métricas detalhadas de wearables e recomendações conflitantes. Apesar disso, muitos exibem fadiga persistente, disfunções metabólicas, baixa adesão, confusão terapêutica e ansiedade informacional. O paradoxo revela: o desafio não é coletar dados, mas integrá-los clinicamente.

Estudos indicam que protocolos genéricos oferecem impacto limitado quando não alinhados ao ritmo circadiano, função mitocondrial, padrão hormonal, microbioma, ambiente emocional e capacidade adaptativa. Biohacking eficaz exige estratificação do terreno biológico, priorização terapêutica, ciclos de intervenção, monitoramento, ajustes dinâmicos e suporte comportamental. Personalização é necessidade fisiológica.

Com IA interpretando exames e plataformas diretas ao consumidor gerando relatórios, surgem questões:

  1.  Qual o papel do médico quando algoritmos leem biomarcadores primeiro?

  2.  Como evitar ansiedade baseada em dados descontextualizados?

  3. Quem estrutura cuidado longitudinal?

  4. Como evitar que o setor tech se torne um sistema paralelo não regulado?

A conclusão evidente é que o médico precisa atuar como curador clínico, integrando ciência dos dados, comportamento, fisiologia, nutrição de precisão e intervenção contínua.

A medicina baseada em dados avança rapidamente, mas o cuidado depende de interpretação humana estruturada. Conseguimos medir risco com precisão inédita; agora precisamos tratá-lo com estratégia, profundidade e continuidade. O futuro pertence aos profissionais capazes de integrar dados com ética, ciência e rigor clínico.

GEROPROTETORES

Metformina como “remédio da longevidade”?

Quando se fala em drogas que poderiam retardar o envelhecimento, a metformina costuma aparecer entre as primeiras da lista. Ela é um dos remédios mais usados no mundo para tratar diabetes tipo 2 e tem um histórico sólido de segurança, baixo custo e décadas de uso clínico. Por isso, não é surpresa que pesquisadores como o Dr. Nir Barzilai tenham proposto estudar a metformina como um possível geroprotetor em pessoas sem diabetes, no estudo TAME (Targeting Aging with Metformin).

A empolgação começou em modelos experimentais. Em alguns estudos com vermes e camundongos, a metformina prolongou medianas de vida e produziu efeitos parecidos com restrição calórica em vias como AMPK e mTOR, que estão ligadas às chamadas “marcas do envelhecimento”. Ao mesmo tempo, estudos observacionais em pessoas com diabetes sugeriam menos câncer, menos eventos cardiovasculares e até uma sobrevida aparentemente melhor do que a da população sem diabetes. Isso alimentou a ideia de que a metformina faria algo “além” de controlar glicose.

Nos últimos anos, porém, essa história ficou bem mais complicada. Quando o consórcio Interventions Testing Program testou metformina em camundongos geneticamente diversos, em três centros de pesquisa, não encontrou aumento significativo de expectativa de vida em machos nem em fêmeas. E recentemente (set/25) reanálises de estudos observacionais mostraram que muitos resultados positivos eram explicados por vieses de desenho e seleção.

Em humanos sem diabetes estabelecida, os ensaios clínicos também não empolgam. No Diabetes Prevention Program, pessoas com pré-diabetes que usaram metformina por muitos anos tiveram menos progressão para diabetes, mas, em quase 20 anos de seguimento, não houve redução de mortalidade, eventos cardiovasculares ou câncer em relação ao grupo controle. Outros estudos em pessoas mais velhas sugerem ainda um potencial efeito colateral relevante para longevidade: metformina pode atenuar ganhos de massa muscular e de condicionamento em resposta a treino de força ou aeróbico, algo crítico em uma fase da vida em que preservar músculo e capacidade funcional é central.

O TAME, se finalmente for totalmente financiado e concluído, deve ajudar a responder a pergunta central dessa discussão: em pessoas mais velhas, sem diabetes, metformina reduz de forma consistente a incidência de doenças cardiovasculares, câncer, declínio cognitivo e morte, em comparação com placebo? Até que tenhamos essa resposta, o quadro atual é relativamente claro:

  • Para quem tem diabetes tipo 2 ou pré-diabetes, metformina segue sendo uma droga central no arsenal de médicos, com bom perfil de segurança e benefícios metabólicos bem estabelecidos.

  • Para quem é saudável e pensa em “tomar metformina para viver mais”, a evidência atual não justifica o uso rotineiro. Os potenciais ganhos são incertos, enquanto os efeitos sobre adaptação ao exercício e risco de deficiência de B12 são pontos de atenção. Nunca se medique sem supervisão médica.

É possível que futuras pesquisas mostrem algum benefício geroprotetor em grupos específicos. Por enquanto, porém, o caminho mais sólido para envelhecer bem continua sendo o conjunto de hábitos que já conhecemos bem: alimentação adequada, exercício regular, sono de qualidade e manejo de estresse. Drogas como a metformina podem um dia entrar como complemento nesse cenário, mas ainda estão longe de substituir o básico bem feito.

NOTÍCIAS

O que mais está acontecendo?

💡 A Eli Lilly se tornou a primeira empresa de saúde da história a atingir US$ 1 trilhão em valor de mercado, impulsionada pela demanda explosiva por seus medicamentos com tirzepatida — o Mounjaro para diabetes e o Zepbound para perda de peso, que vêm registrando crescimentos de mais de 100% em vendas e consolidando a companhia como líder do mercado de GLP-1, um setor que pode ultrapassar US$ 150 bilhões até os anos 2030.

💡 Estreou o documentário “A Vida é uma Maratona”, que acompanha a trajetória do médico e corredor Drauzio Varella da infância no Brás às majors de maratona, cruzando combate ao câncer e à aids, trabalho voluntário em presídios e a corrida como ferramenta de saúde, equilíbrio e longevidade.

💡 Pesquisadores da Harvard Medical School apresentaram o popEVE, um modelo de IA que classifica variantes genéticas pela probabilidade de causar doenças raras. No estudo publicado na Nature Genetics, a ferramenta identificou 123 novos genes ligados a distúrbios do desenvolvimento e ajudou a diagnosticar cerca de um terço de 30 mil casos sem resposta, mostrando potencial para acelerar diagnósticos e orientar novos tratamentos.

💡 A startup General Control saiu do anonimato com uma parceria da Novo Nordisk para desenvolver uma plataforma de edição epigenética capaz de ligar ou desligar genes sem alterar o DNA. A proposta é oferecer controle durável e reversível da expressão gênica, com potencial para atingir doenças crônicas complexas que dependem de múltiplas vias biológicas, algo que terapias tradicionais de alvo único não conseguem abordar.

💡 A Perelel, marca de suplementos fundada por médicas e focada em saúde hormonal feminina, recebeu um investimento de US$ 27 milhões da Prelude Growth Partners para acelerar sua expansão além do pré-natal. A empresa afirma que, em cinco anos, atingiu lucratividade, dobrou a receita ano após ano e ampliou sua linha para fertilidade, gravidez, pós-parto e perimenopausa.

VALE SABER

“Não é o crítico que importa; não é a pessoa que aponta como a pessoa forte tropeça ou onde quem realiza feitos poderia tê-los feito melhor. O mérito pertence à pessoa que está realmente na arena, cujo rosto está manchado de poeira, suor e sangue; que luta com valentia; que erra, que falha repetidas vezes, porque não há esforço sem erro e imperfeição; mas que se empenha de fato para realizar os feitos; que conhece os grandes entusiasmos, as grandes devoções; que se entrega a uma causa digna; que, no melhor dos casos, conhece ao final o triunfo de uma grande conquista,e que, no pior, se fracassar, ao menos fracassa ousando grandemente, de modo que seu lugar jamais será junto àquelas almas frias e tímidas que não conhecem nem a vitória nem a derrota.”

— Fonte: Theodore Roosevelt - Man in the Arena

COMPARTILHE COM QUEM VOCÊ SE IMPORTA

Ajude-nos a espalhar conteúdo de qualidade sobre longevidade. Cada compartilhamento nos ajuda a alcançar mais pessoas e tornar o conteúdo do Alpha Origin ainda melhor.

Compartilhe esse link.

PRECISA FALAR COM A GENTE?

Precisa de alguma ajuda, suporte ou tem outra necessidade? Clique aqui e fale com a gente.