
JUNTO COM

Buenos! Pensar em viver mais e melhor faz a gente valorizar muito mais o tempo, nosso bem mais precioso. E aí vem a questão: o que priorizar? Deixo aqui duas reflexões de dois dos melhores textos do Paul Graham:
“Além de evitar bullshit, é preciso buscar ativamente aquilo que realmente importa. Mas o que importa varia de pessoa para pessoa, e a maioria precisa aprender o que realmente faz diferença para si.” [1]
“A curiosidade é o melhor guia. Sua curiosidade nunca mente e sabe mais do que você sobre o que vale a pena prestar atenção.” [2]
🔎 RESUMO DA EDIÇÃO DE HOJE (TL;DR)
👟 Sete centenários espanhóis participaram de uma sessão de 20 minutos de exercício e mostraram queda expressiva em 52 proteínas inflamatórias. O estudo desafia a ideia de que “é tarde demais” e reforça: o corpo responde ao movimento em qualquer idade, basta estimular.
🧬 A nutricionista Maria Aderuza Horst explica como a nutrição de precisão está mudando o cuidado com a saúde: avanços em genética, microbioma e inteligência artificial já permitem personalizar a alimentação para diferentes perfis, idades e objetivos. A ciência mostra que não existe dieta universal. O segredo está em entender a individualidade para envelhecer com saúde.
💊 Um novo estudo mostrou que suplementar ômega-3 em doses elevadas pode aumentar o risco de fibrilação atrial, em aparente contraste com outras evidências anteriores. O resultado precisa ser interpretado com cautela, já que há limitações metodológicas e diferenças importantes entre os estudos. Por isso, recomendações sobre suplementação devem sempre considerar o conjunto das evidências e a individualidade de cada pessoa.
💡 Notícias da semana: estudo revela que sobreviventes de câncer têm risco aumentado do câncer voltar e se espalhar para os pulmões após Covid-19; cientistas listam os 100 maiores problemas em aberto da longevidade; novo estudo reforça que mudanças combinadas de estilo de vida ajudam a proteger o cérebro; Forbes analisa por que tantas startups de longevidade estão fracassando, e a Nudge levanta US$ 100 milhões para interfaces cerebrais não-invasivas.
📚 Vale Saber: Richard Thaler, Nobel de Economia, lembra que médicos são arquitetos de escolhas e que o poder das influências sociais pode melhorar a saúde de todos: emagrecer é contagioso, e a forma como abordamos a prevenção faz toda diferença.
CENTENÁRIOS
Quando o exercício para de funcionar? Não para.

Por aqui nunca vamos deixar de dizer que exercitar seu corpo é talvez o investimento de saúde mais rentável que existe. Funciona como uma previdência privada: os dividendos se acumulam com o tempo. Mas sempre ficou a dúvida: existe um limite de idade para ganhar esses juros? Um estudo publicado recentemente na Aging Cell resolveu testar o extremo da questão. Pesquisadores levaram sete centenários espanhóis (100 a 104 anos) para uma pequena sessão de treino de 20 minutos e analisaram, antes e depois, 368 proteínas inflamatórias no sangue. Os resultados foram, no mínimo, inspiradores.
O que eles fizeram
Sessão exercício: caminhada leve, mobilidade articular e resistência com elástico em intensidade percebida 8/10.
Sessão controle: mesmos 20 minutos sentados.
Amostras sanguíneas antes e logo depois de cada sessão, analisadas por proteômica de alta resolução.
O que encontraram
Logo após o exercício, 52 proteínas inflamatórias caíram de forma significativa, contra apenas 9 na sessão controle. Entre os alvos mais reduzidos estavam TNF, uma proteína-chave da inflamação, e diversos membros de sua família (ex: TRAIL, TWEAK, TNFRSF4). Em pessoas mais jovens, um treino costuma primeiro provocar um pico de inflamação (IL-6 sobe, o corpo contra-ataca depois). Aqui não houve esse pico. Mesmo sem IL-6, a resposta foi majoritariamente anti-inflamatória, possivelmente porque o músculo severamente frágil (sarcopênico) desses centenários já não produz tantas miocinas pró-inflamatórias.
Por que isso importa
Inflamação crônica é veneno
O termo inflammaging descreve o fogo de baixa intensidade que alimenta doenças cardiovasculares, demência e fragilidade. Ver TNF reduzir depois de uma sessão de exercício em quem já passou dos 100 anos sugere que a capacidade de apagar esse fogo nunca se perde totalmente.
Capacidade de adaptação persiste até o fim
Muitos acreditam que, em idades extremas, o corpo já não responde a estímulos. Este experimento mostra que a maquinaria molecular ainda gira quando provocada. Em outras palavras, vale a pena continuar, ou começar, mesmo muito tarde.
Custo baixíssimo, benefício potencial altíssimo
Diferente de intervenções futuristas, exercícios exigem apenas motivação, supervisão e um ambiente seguro. Para casas de repouso, incorporar rotinas curtas de mobilidade e resistência pode reduzir marcadores associados a mortalidade.
Limites e cuidados
Amostra reduzida (n = 7) era inevitável, dado o desafio logístico de encontrar centenários dispostos. Ainda assim, o desenho crossover aumenta a força interna: cada participante serviu de próprio controle. A coleta sanguínea única pós-exercício impede entender quanto tempo o efeito dura; estudos futuros precisam de séries adicionais de amostras. Além disso, três voluntários morreram 3 a 10 meses depois.
O que você leva para a sua vida
Nunca é tarde
Qualidade supera quantidade. Aqui bastaram 20 minutos bem planejados. Para quem é mais jovem, vale pensar em sessões curtas e frequentes se os dias forem corridos. Um pouco é melhor que nada.
Combata a sarcopenia. Músculo é fábrica de substâncias reguladoras. Treino de força progressivo ao longo da vida ajuda a manter essa “usina” funcionando.
Monitore sinais de inflamação. Exames podem mostrar tendência inflamatória; use-os em conversas com seu médico para ajustar carga de treino, sono e alimentação.
Segurança primeiro. Em idades avançadas, qualquer programa deve ser supervisionado para evitar quedas e sobrecarga cardiovascular.
Por que isso empolga
Na corrida por pílulas de longevidade, muita gente esquece do poder de um par de tênis e um elástico. Este trabalho não apenas desafia a ideia de “velho demais”, mas reforça um princípio básico: movimento é remédio em qualquer página do calendário da vida. A ciência mostrou que, mesmo depois de um século inteiro, o corpo ainda fala a linguagem do exercício, basta oferecer a provocação certa.
Se tivéssemos de resumir em uma frase: mantenha-se em movimento, pois seu sistema imunológico reconhecerá o esforço como um sinal de calma, não de alarme. E se hoje você está muito longe dos 100, melhor ainda. Cada passo dado agora adiciona uma camada de resiliência que pode acompanhar você por muitas décadas. Afinal, quando o assunto é envelhecer bem, o relógio biológico continua ouvindo o som dos seus pés no chão. Em qualquer idade.
UM CONTEÚDO DO INSTITUTO ASSALY
No que acreditamos

No Instituto Assaly, acreditamos que longevidade é viver mais, é viver melhor, com autonomia, clareza e saúde integral. Somos um centro de excelência em medicina personalizada, onde ciência de ponta, escuta qualificada e visão humana se integram. Com uma equipe multidisciplinar, coordenada pela Dra Vânia Assaly, unimos genômica, nutrição, medicina preventiva e práticas baseadas em evidências para criar estratégias únicas para cada fase da vida. Aqui, cada detalhe importa. Se você busca um cuidado que respeita sua história, sua biologia e seu futuro, agende uma consulta com nossa equipe. O caminho da longevidade começa com escolhas feitas hoje e podemos criar uma jornada de saúde tão única quanto você.
PALAVRA DA ESPECIALISTA
Nutrição de precisão: Como a ciência está transformando a forma de cuidar da nossa saúde

Você já percebeu que nem sempre aquela dieta que funcionou para seu amigo traz os mesmos resultados para você? Isso acontece porque cada corpo é único, e a ciência da nutrição está começando a entender isso de forma muito detalhada. Vamos conversar sobre como a nutrição de precisão está mudando a forma de cuidar da nossa alimentação para melhorar nossa saúde e longevidade.
Como surgiu a Nutrição de Precisão?
Durante muito tempo, a nutrição focou em corrigir doenças causadas pela falta de nutrientes, como anemia ou raquitismo. Mas, com o avanço da ciência, especialmente após o Projeto Genoma Humano, que mapeou todos os nossos genes, os pesquisadores perceberam que era possível ir além. A nutrição se beneficiou dos avanços nas tecnologias ômicas, que foram aprimoradas e evoluíram desde sua descoberta, sendo aplicadas em estudos de nutrição, resultando em uma ciência relativamente nova: a Genômica Nutricional, que, de forma resumida, explora a relação entre alimentação e genes.
A nutrição personalizada considera essas características genéticas individuais para sugerir dietas mais adequadas. Assim como na medicina de precisão, o campo da nutrição de precisão busca entender os efeitos na saúde da complexa interação entre genética, microbioma, uso de antibióticos e probióticos, metabolismo, ambiente alimentar e exercício físico, além de características econômicas, sociais e comportamentais. Somente com um entendimento sólido das contribuições e inter-relações entre esses fatores será possível desenvolver orientações nutricionais específicas para indivíduos diversos em um mundo altamente diversificado, chegando à nutrição de precisão.
Este é um passo mais avançado que usa dados detalhados do nosso corpo para oferecer recomendações alimentares realmente feitas para cada pessoa e para o momento que ela está vivendo. Ou seja, as suas necessidades nutricionais dependem do seu DNA (como você é) e variam de acordo com o seu fenótipo (como você está). A visão moderna da nutrição de precisão tem resultado em mudanças substanciais na pesquisa e na prática da nutrição, com grande potencial para oferecer recomendações nutricionais multidimensionais e dinâmicas.
Como funciona na prática?
Imagine o seu corpo como uma máquina super complexa, com um manual de instruções — seu DNA — que contém informações únicas sobre você. Pequenas diferenças nesse manual fazem com que seu corpo reaja de maneiras diferentes aos mesmos alimentos.
Além disso, dentro do seu intestino vive um exército de bactérias e micro-organismos que influenciam sua digestão e saúde geral. Esse microbioma também é diferente em cada pessoa, mudando conforme o que você come, seu estilo de vida e até seu humor.
Agora, junte tudo isso: seus genes, sua idade, seu microbioma, seu sono, exercícios e níveis de estresse. São muitos dados para analisar! Por isso, cientistas usam ferramentas avançadas de inteligência artificial para entender esses dados e prever como seu corpo vai responder a diferentes alimentos e determinar exatamente o que você precisa comer ou suplementar. É claro que a maioria das informações ainda é alvo de pesquisas, não há ainda certezas para que isso seja utilizado de forma ampla para a população. Mas já há um modelo por exemplo para redução do risco de diabetes – já é possível prever como seu açúcar no sangue vai reagir após uma refeição específica — o que é valioso para prevenir ou controlar o diabetes. Veja um vídeo explicativo.
E o que isso significa para você?
Com essas informações, profissionais da saúde podem criar planos alimentares personalizados e precisos, que realmente funcionam para você e vão auxiliá-lo a atingir os seus objetivos — não mais dietas genéricas que servem para todo mundo. Isso pode trazer benefícios reais, como melhorar a pressão arterial, controlar o colesterol e até prevenir doenças crônicas e sustentar a longevidade.
Além disso, pessoas em diferentes fases da vida têm necessidades distintas. Para os idosos, por exemplo, ajustes nutricionais baseados em dados individuais podem ajudar a manter a vitalidade e prevenir problemas comuns dessa idade que não são uma preocupação para jovens.
Como acompanhar sua nutrição de precisão hoje?
Embora ainda estejamos no começo dessa revolução, algumas ferramentas já estão disponíveis:
Wearables (dispositivos vestíveis): relógios e pulseiras que monitoram atividade física, sono, batimentos cardíacos e até as concentrações de glicose.
Exames laboratoriais avançados: análises que vão além do básico, investigando marcadores genéticos e metabólicos.
Testes de microbioma intestinal: avaliam as bactérias do seu intestino para entender melhor sua saúde intestinal e metabólica.
Aplicativos com inteligência artificial: ajudam a interpretar seus dados pessoais e sugerir mudanças alimentares.
Consultar um profissional capacitado: Interpretar, compreender e aplicar todos os dados pessoais para compor uma estratégia nutricional precisa demanda muito conhecimento, tempo e investimento.
Procure profissionais qualificados para orientar o uso dessas ferramentas e interpretar os resultados corretamente.
Por que isso importa para quem quer viver mais e melhor?
A população está envelhecendo no mundo todo. A nutrição de precisão surge como uma grande aliada para promover um envelhecimento saudável, ajudando a reduzir o risco de doenças e incapacidades.
A ciência mostra que não existe uma dieta única ideal para todos ou um suplemento milagroso que deve ser tomado todos os dias e por todos. O segredo está em entender as particularidades do seu organismo para fazer escolhas alimentares inteligentes — que preservem sua saúde e qualidade de vida por muitos anos.
Resumo e dica prática
Seu corpo é único: genes, microbioma e estilo de vida influenciam como você responde à alimentação.
Nutrição de precisão usa dados detalhados e tecnologia para criar estratégias nutricionais únicas e adequadas ao seu momento de vida.
Ferramentas como wearables, exames específicos e testes de nutrigenética, metabolômica e microbioma ajudam a entender como você é e como seu corpo está.
Consultar profissionais especializados pode ajudar a transformar esses dados em ações práticas.
Investir em nutrição personalizada é cuidar da saúde hoje para viver melhor amanhã.
Conhecer seu corpo é o primeiro passo para cuidar dele com sabedoria. A ciência está aqui para ajudar nessa jornada — e você pode ser protagonista da sua própria saúde!
SUPLEMENTAÇÃO
Omega-3: certeza não existe

Se você acompanha a Longevidade News, já percebeu uma verdade desconfortável: na ciência, quase nunca temos certeza absoluta de nada. Quando alguém bate no peito para afirmar que já “sabe tudo” sobre um suplemento, dieta ou intervenção, vale desconfiar. O caso do ômega-3 é um exemplo didático dessa complexidade.
No começo do ano, trouxe aqui um estudo elegante: suplementar 1g/dia de ômega-3, combinado a vitamina D e exercício, pode desacelerar o envelhecimento biológico, mensurado por relógios epigenéticos. Em idosos acima de 70 anos, a estratégia trouxe benefícios como redução da idade biológica, menos infecções, quedas e até incidência menor de câncer. Não faltam estudos mostrando que o ômega-3 é essencial: protege o coração, apoia o cérebro, regula inflamação e está associado a menor risco de mortalidade. Não à toa, é um dos nutrientes mais defendidos por especialistas em longevidade.
Mas a história não acaba aí. Quando o tema é fibrilação atrial, a principal arritmia cardíaca da atualidade, o cenário complica. Um novo estudo, publicado no final 2024, jogou luz sobre um ponto que quase ninguém esperava: suplementação de ômega-3 em doses elevadas pode, sim, aumentar o risco de desenvolver fibrilação atrial. Em ensaios clínicos randomizados que reuniram mais de 83 mil pessoas e estudos de coortes prospectivos com mais de 54 mil pessoas, doses acima de 1.000 mg/dia de EPA/DHA aumentaram o risco relativo de fibrilação em até 50%. Mesmo doses mais “convencionais”, próximas de 1g/dia, mostraram aumento de 12% no risco.
“Mas como assim? Não era pra ser protetor?”
Sim, e é aqui que entra a nuance. Quando olhamos para estudos observacionais — aqueles que acompanham populações por anos, avaliando níveis sanguíneos de ômega-3 ou consumo via peixe — o resultado é diferente. Quem tem níveis mais altos de EPA/DHA no sangue ou consome peixe regularmente apresenta menor risco de fibrilação atrial. O ponto de equilíbrio parece ser um consumo diário entre 600 e 750 mg, facilmente alcançado comendo peixe gorduroso duas vezes por semana. Esse é, inclusive, o valor recomendado por sociedades de cardiologia.
O que explica esse paradoxo?
A resposta está nos detalhes. O ômega-3, especialmente na forma farmacêutica e em doses altas, pode aumentar o chamado tônus vagal. Em pequenas doses, isso é benéfico: reduz frequência cardíaca, melhora variabilidade dos batimentos e protege o ritmo do coração. Mas em doses altas, esse mesmo efeito pode “exagerar” o estímulo vagal, tornando o coração mais lento e predisposto a arritmias, principalmente em pessoas suscetíveis. É o clássico “o remédio pode virar veneno”, dependendo da dose, do contexto e da forma de uso.
Outro ponto importante: muitos dos ensaios clínicos randomizados (RCTs) sobre suplementação de ômega-3 não tinham a fibrilação atrial como foco principal — o objetivo era avaliar desfechos como infarto ou AVC. Isso pode distorcer os resultados, porque se a pessoa morre antes, nunca será registrada como caso de fibrilação atrial. Como quem faz uso de omega-3 vive mais a chance de desenvolver FA aumenta. Esse detalhe estatístico é chamado de “risco concorrente”.
Além disso, a forma de ômega-3 usada nos suplementos é diferente daquela encontrada nos peixes, que vêm junto com outros nutrientes protetores, o que pode influenciar no efeito final.
Pra complicar ainda mais, o próprio paradoxo clínico: nos estudos onde o risco de fibrilação atrial aumentou, a mortalidade geral e o risco de AVC caíram. Pois é! Isso significa que, mesmo que a arritmia apareça, o saldo final para saúde pode continuar positivo e talvez essa fibrilação induzida pelo ômega-3 tenha implicações clínicas diferentes daquela causada por outros fatores. É aqui que você entende: pessoas que vivem mais tempo graças ao consumo de ômega-3 têm simplesmente mais chance de desenvolver FA, só pelo fato de estarem vivas por mais tempo. Por isso precisamos interpretar esses resultados com cautela e entender de fato o que eles querem dizer.
O que fazer com tudo isso?
Em ciência e especialmente na medicina da longevidade, dúvidas são regra, não exceção. É por isso que recomendações devem ser individualizadas e atualizadas à luz de novas evidências. Se você consome peixe regularmente, dificilmente precisa de suplemento. Se pensa em suplementar, converse com seu médico, avalie seu risco e nunca use doses altas sem acompanhamento.
A lição é simples: desconfie de soluções fáceis, procure sempre entender o contexto de cada estudo e lembre-se que, em longevidade, o equilíbrio é a única certeza possível. O ômega-3 é um aliado valioso, mas, como tudo na ciência, merece estudo contínuo e, principalmente, humildade para mudar de ideia quando a boa evidência assim exigir. Por enquanto, aqui, não mudamos de ideia.
NOTÍCIAS
O que mais está acontecendo?
💡 A startup Nudge levantou US$ 100 milhões em uma rodada liderada pela Thrive Capital e Greenoaks para desenvolver interfaces cerebrais não-invasivas baseadas em ultrassom. A tecnologia promete mapear e modular circuitos profundos do cérebro sem cirurgia, com potencial para tratar dor crônica, depressão, ansiedade e até acelerar aprendizagem, marcando um novo capítulo para a neurotecnologia de uso cotidiano.
💡 A Forbes questionou os motivos por trás do colapso de startups como Forward Health, Ever/Body e Modern Age, mesmo com o boom do mercado de bem-estar. O artigo aponta falhas em retenção, pouca diferenciação e promessas exageradas sem base clínica, reforçando a importância de modelos sólidos e transparência para conquistar a confiança no setor de longevidade.
💡 Mais um grande estudo mostrou que mudanças combinadas de estilo de vida — exercício, alimentação saudável, atividades sociais e estímulos cognitivos — melhoram a função executiva em pessoas com risco de demência. O benefício do programa intensivo foi modesto em relação ao auto-guiado, segundo dados apresentados na AAIC 2025 e publicados no JAMA.
💡 Um grupo internacional de cientistas listou os 100 maiores problemas em aberto da ciência do envelhecimento, após coleta comunitária e análise por inteligência artificial. Os temas vão de mecanismos moleculares a desafios clínicos e metodológicos, ajudando a mapear onde estão as principais lacunas e oportunidades da biogerontologia. O levantamento é um convite para quem quer acompanhar ou contribuir para o futuro da longevidade.
💡 Um estudo publicado na Nature confirmou que sobreviventes de câncer têm risco aumentado de o câncer voltar e se espalhar para os pulmões após Covid-19. Como resumiu Eric Topol, “já sabíamos que a Covid aumenta o risco em sobreviventes de câncer”. Agora, pesquisadores descreveram o mecanismo que explica esse efeito. O alerta reforça a importância de acompanhamento especial após Covid.
VALE SABER
“Os paternalistas libertários enxergam inúmeras oportunidades de melhorar a saúde das pessoas. Sem dúvida, entre essas oportunidades estão as influências sociais: se grande parte das pessoas achar que grande parte das pessoas está se alimentando bem e praticando exercícios físicos, mais pessoas vão aderir também. Vimos que quem conhece pessoas obesas tem mais chance de se tornar obeso; emagrecer é contagioso. E a abordagem faz diferença: é mais fácil convencer uma mulher de fazer o autoexame das mamas ou de avaliar a saúde da própria pele dizendo que os riscos aumentam caso não faça do que se dissermos que ao fazer os riscos diminuem. Médicos por si sós são arquitetos de escolhas muito fundamentais, e, sabendo como funciona o raciocínio de um humano, eles têm nas mãos um grande instrumento para melhorar a saúde e a expectativa de vida dos pacientes.”
— Fonte: Richard Thaler, Nobel de Economia
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