Isopor: Como ele impacta sua vida

7 minutos de conhecimento sobre como viver mais e melhor

Bom dia. Quando precisamos decidir por onde começar um novo hábito saudável, o melhor conselho que já vi é do Naval:

“Leia o que você ama até que você ame ler.”

Às vezes, escolher entre começar, por exemplo, com natação, corrida, musculação ou outra atividade tem mais a ver com o que você genuinamente gosta do que com o que, em tese, é “o melhor”. O prazer sustenta o hábito — e o hábito sustenta a transformação.

🔎 RESUMO DA EDIÇÃO DE HOJE (TL;DR)

📰 The Economist falou — e a gente discordou: Longevidade vai ser só para os ricos? Regulamentar antes de descobrir? Um editorial crítico sobre o que realmente está em jogo.

📦 Isopor: o material invisível na sua comida. Após um episódio pessoal, mergulhamos nos estudos sobre migração de estireno, riscos à saúde e o que diz a regulação brasileira.

🥤 João Fonseca e o suco de beterraba: A rotina do jovem tenista reacendeu o debate sobre os nitratos. O que a ciência já sabe sobre performance, saúde cardiovascular e função mitocondrial?

🧠 Notícias da Semana: IA atinge 99% de precisão em diagnóstico de câncer, 23andMe entra em colapso (e o futuro dos dados genéticos preocupa), Eric Topol faz alerta sobre o mercado da longevidade e Google apresenta novos avanços em saúde digital.

📚 Vale Saber: Richard Feynman sobre a diferença entre saber o nome de algo e entender de fato o que ele é.

MÍDIA INTERNACIONAL

A ‘The Economist’ falou…de novo

Foto por The Economist

Aqui no Brasil, a gente fica ressabiado quando vê alguma coisa na capa da The Economist. Somos gato escaldado. A maioria deve se lembrar da capa do Cristo decolando, em 2009 — e, apenas quatro anos depois, a mesma revista trouxe o Cristo despencando do céu.

Quem entendia minimamente o que estava debaixo do capô da nossa economia sabia que mostrar o Cristo decolando era, no mínimo, irresponsável. Na época, a capa fez um bem danado pro país, é verdade. Mas como a própria revista escreveu depois, “foi um voo de galinha”.

Dessa vez, a capa é sobre longevidade — ou melhor, sobre a Humanidade 2.0. Um apanhado de ideias e personagens, de Bryan Johnson a Elon Musk, passando por tecnologias futuristas, perguntas ousadas e sugestões provocativas.

Longevidade vai ser apenas para os ricos?

Grande parte da matéria gira em torno do custo de viver mais e melhor. A longevidade vai ser apenas para os ricos?

Nossa opinião? Claro que não.

O texto parece sugerir que longevidade é uma questão de acesso a tecnologias caras. Mas a verdade é que boa parte do que realmente funciona é conquistada no invisível, sem glamour e sem plateia. Como diria David Goggins: “unseen work”.

Fazer exercício físico, comer bem, dormir direito, controlar o estresse, cultivar bons vínculos sociais — tudo isso tem custo quase zero. Mas exige consistência, intenção e, principalmente, protagonismo pessoal.

O Naval Ravikant já resumiu isso assim:

“Um corpo saudável, uma mente calma e uma casa cheia de amor. Essas coisas não podem ser compradas. Elas precisam ser conquistadas.”

Então não, The Economist — viver mais e melhor não vai ser exclusividade dos super ricos. Comprar um comprimido de NAD+ não substitui fazer o básico bem feito.

A longevidade precisa ser regulada?

A matéria termina com uma provocação: que governos deveriam agir antes que uma descoberta milagrosa aconteça, criando regras para evitar que isso beneficie apenas os mais abastados.

Mas a verdade é que descobrir algo realmente eficaz já é, por si só, um esforço quase desumano. Os caminhos da ciência são longos, incertos, e cheios de incentivos desalinhados.

O próprio texto reconhece: um dos maiores gargalos é o fato do envelhecimento biológico não ser classificado como doença (é um debate longo e falamos dele aqui). Isso dificulta o financiamento de pesquisas sérias. O único estudo aprovado até agora com esse foco foi com a metformina, um remédio barato, seguro e promissor — pelo menos em estudos com camundongos.

A saúde já tem desafios o suficiente. Melhor focar nos problemas reais que estão bem na nossa frente.

Onde deveria estar nossa atenção

Viver mais e melhor depende, acima de tudo, de melhores hábitos. E fazer as pessoas perseverarem neles já é difícil o bastante.

Mudar hábitos exige confiança. Confiança no processo e em quem orienta esse processo. E, infelizmente, a confiança nas instituições e nos profissionais de saúde está em queda livre.

83,4% das pessoas que leem essa newsletter e responderam “se se sentem cuidadas” disseram que — não.

Esse é o desafio.

Como reconquistar a confiança das pessoas e escalar soluções que realmente ajudem gente comum a viver com mais saúde e autonomia?

Enquanto o mundo borbulha com ideias e inovações, você que está lendo — e eu que estou escrevendo — não temos alternativa: amanhã é um novo dia, e vamos precisar repetir tudo de novo.

Saúde de verdade é igual a juros compostos. Cada dia precisa de um depósito.

CIÊNCIA NA PRÁTICA

Isopor: Como ele impacta sua vida

Foto por Cristiano Pinto na Unsplash

Recentemente eu estava em um sábado na correria para entregar um projeto e quando olho no relógio vejo (13:45). 

“Eita, perdi a hora do almoço e ainda não terminei o que tinha pra fazer”

Abri o iFood e pedi uma comida que chegou 30 min depois. A comida veio bem embalada e quente. O recipiente era de isopor. No final, quando fui guardar o que sobrou, eu reparo em algo que me desconcertou. O fundo do isopor tinha derretido com o calor do alimento. 

Quem está acompanhando essa news sabe que um dos textos foi sobre microplásticos  e seus potenciais males, mas ter isopor derretido na minha comida foi outro nível. E foi assim que começou meu estudo sobre o isopor e seu possível impacto na saúde.

Um pouco de história

Tudo começou em um laboratório da Alemanha, em 1839.

O químico Eduard Simon extraía um óleo da resina de uma árvore chamada Liquidambar orientalis. Ele o chamou de “estireno”. Sem querer, ao deixar esse óleo descansar por alguns dias, ele percebeu que algo estranho acontecia: o líquido virava uma substância gelatinosa. Ele não entendeu exatamente o que tinha em mãos — afinal, a ciência dos polímeros só começaria a dar seus primeiros passos décadas depois.

Avance o relógio para 1920. Entra em cena Hermann Staudinger, o pai da química dos polímeros. Foi ele quem explicou cientificamente o que Simon havia descoberto: o estireno, ao se polimerizar, se transforma em poliestireno, um plástico leve, moldável e com características promissoras.

Mas foi só em 1941 que o isopor como conhecemos hoje tomou forma. E aí a história cruza o oceano.

Nos laboratórios da Dow Chemical, nos EUA, pesquisadores desenvolveram um processo para expandir o poliestireno com gás, criando o poliestireno expandido (EPS) — ou como ficou conhecido comercialmente por lá: Styrofoam.

Esse material branco, leve, resistente à água e isolante térmico ganhou o mundo.

Primeiro como isolante para construções durante a Segunda Guerra Mundial.

Depois, como bandejas, copos, caixas térmicas, embalagens para transporte, pranchas de surfe, decoração de festas… até que um dia, o isopor estava em tudo. Inclusive onde não deveria estar: no meio ambiente e, agora sabemos, possivelmente até dentro de nós.

As embalagem dos alimentos

Foi nos anos 1950 que o isopor encontrou seu lugar à mesa. Literalmente.

O mundo vivia o auge do pós-guerra, e o que antes era escasso agora precisava ser rápido, barato e descartável. Surgia o consumo de massa — e com ele, um problema logístico: como embalar alimentos de forma eficiente, leve e higiênica?

A resposta: o tal do poliestireno expandido.

  • Leve como o ar

  • Barato de produzir

  • Bom isolante térmico

  • Resistente à umidade

Parecia a solução perfeita.

E assim ele passou a embalar marmitas, carnes de supermercado, copos de café e refeições de fast-food em todo o planeta. Nesse momento você já deve estar se perguntando, será que ele afeta a saúde? 

Inclusive essa é uma dúvida que podemos ter com todo tipo de embalagem. Como isso é regulado?

Quem controla o que pode ou não ir em contato com sua comida?

No mundo, a principal referência é o Codex Alimentarius, criado pela FAO e pela Organização Mundial da Saúde. Ele serve como uma diretriz global para segurança alimentar, mas regulamentações específicas sobre materiais em contato com alimentos são determinadas por órgãos nacionais ou regionais. O Codex exige testes de migração e comprovação de que os materiais não liberam substâncias nocivas em quantidades superiores ao aceitável.

Na União Europeia, a regulação é bem rígida. Em 2021, o bloco proibiu completamente o uso de isopor em embalagens descartáveis como parte da sua estratégia contra plásticos descartáveis devido ao impacto ambiental.

E no Brasil?

A legislação brasileira segue padrões técnicos do Mercosul e da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Além disso, estados e municípios podem criar regras próprias. Em 2020, por exemplo, São Paulo aprovou a Lei nº 17.261, proibindo o fornecimento de embalagens plásticas descartáveis (que inclui o isopor) por bares, restaurantes, hotéis, padaria e outros, por razões ambientais. Claramente é uma lei "que não pegou”. Coisa de Brasil. 

Mas e aí? O Isopor faz mal a saúde?

Pesquisamos muito. Está claro que a resposta não é absoluta e faltam muitos estudos conclusivos, foi extremamente complexo achar informação sobre esse tema. Você não tem ideia.

O que se sabe é:

O principal componente do isopor é o estireno, que, em condições normais, permanece estável. Porém, ao ser exposto ao calor — como no caso de alimentos ou bebidas quentes — o estireno pode migrar do isopor para o conteúdo consumido. Estudos indicam que essa migração aumenta significativamente com o calor e em alimentos com maior teor de gordura.

A exposição ao estireno tem sido associada a diversos riscos à saúde:

Outro aspecto preocupante é a hipótese do isopor (EPS) afetar as mitocôndrias — as "usinas de energia" das células — levando a disfunções metabólicas. Essa possibilidade é baseada em estudos realizados com poliestirenos (PS), dos quais o isopor é um subgrupo. Embora mais estudos sejam necessários para confirmar essa relação, alterações mitocondriais estão sendo estudadas por conta de uma possível associação com Parkinson, câncer e outras condições crônicas. 

⚠️ Lembre-se

O calor é um fator crítico nessa equação. Quando o isopor é aquecido acima de 100°C, sua estrutura pode se deformar, aumentando a liberação de estireno. Isso é particularmente preocupante em práticas comuns, como aquecer alimentos no micro-ondas em recipientes de isopor ou como aconteceu no caso citado no começo. 

Embora os níveis de migração geralmente sejam baixos em condições normais de uso, ainda há incertezas sobre os efeitos cumulativos da exposição crônica ao estireno por meio da alimentação.

Fazer a nossa parte

Desde o início do projeto Alpha Origin, repetimos que o mundo da longevidade é feito de muitas incertezas — e poucas certezas. Mas uma delas é clara: a necessidade do protagonismo pessoal.

Ser protagonista é justamente isso — mudar pequenos hábitos que, no longo prazo, podem fazer uma grande diferença, mesmo quando a ciência ainda não chegou lá. Principalmente quando essa mudança é simples, não envolve riscos — e pode te proteger.

Seja pela consciência ambiental ou seja pela preocupação com a saúde, parece que evitar esse tipo de embalagem seja o melhor negócio.

NUTRIÇÃO & PERFORMANCE

Nitrato e sua função na performance

Foto por Z Graphica na Unsplash

O mundo do tênis — e o Brasil — estão bem felizes. Depois de um bom tempo, existe a esperança de voltarmos a ter alguém brigando pelo nº 1 do mundo. Lá na frente. Sim, ele: João Fonseca.

Nenhum demérito aos outros — muito pelo contrário. Bia, Thiagos, Laura, Gustavo... a lista é grande. Ser esportista no Brasil é papel de herói. Todos têm a nossa maior admiração.

Com a mídia correndo atrás do João, praticamente tudo vira notícia. E recentemente viralizou o que ele anda comendo — mais especificamente, um detalhe curioso do seu pré-treino: suco de beterraba.

Ele não explicou o porquê. Mas a ciência pode.

Nitratos

Um dos componentes da beterraba é o nitrato (NO₃⁻), que ocorre naturalmente em vários vegetais verde-escuros. Já comentamos sobre isso brevemente no texto sobre vegetais crucíferos.

Nitratos (NO₃⁻) são compostos formados por nitrogênio e oxigênio. Eles fazem parte do ciclo natural do nitrogênio e estão presentes no solo, na água e em diversos vegetais. No nosso corpo, podem se converter em nitritos e, posteriormente, em óxido nítrico (NO) — um gás com funções essenciais, como relaxar os vasos sanguíneos, melhorar a circulação e regular a pressão arterial.

Vale destacar que o nitrato também é usado na indústria alimentícia como conservante — especialmente em carnes processadas. E nesse contexto, quando aquecido, ele pode formar compostos potencialmente bem tóxicos.

Quais os principais benefícios?

Estudos observacionais mostraram que dietas ricas em nitratos de origem vegetal estão associadas a menor risco de doenças cardiovasculares e redução da mortalidade por essas causas. E isso faz sentido quando entendemos o papel do óxido nítrico, derivado dos nitratos, no corpo.

Um dos efeitos mais conhecidos é sobre a pressão arterial. O óxido nítrico dilata os vasos, melhora o fluxo e facilita o trabalho do coração. Não à toa, vários estudos clínicos com suco de beterraba — ou cápsulas de nitrato — mostraram reduções na pressão em pessoas com hipertensão leve.

Mas é bem provável que o João esteja em busca de outro benefício: o da performance física.

O que a ciência já mostrou:

  • Um pequeno aumento do tempo até a exaustão em exercícios de intensidade fixa

  • Melhora da eficiência metabólica, ou seja, menor consumo de oxigênio para fazer o mesmo esforço em treinos de endurance

  • Potencial melhora em sprints e treinos de força, com mais potência e velocidade

  • E, em alguns casos, recuperação mais rápida entre estímulos

Ou seja: mais tempo, mais fôlego, mais economia — tudo isso com um simples copo de suco de beterraba consumido 2 a 3 horas antes do treino.

Além disso, temos algumas potenciais promessas. Estudos recentes vêm explorando os efeitos do óxido nítrico na função cognitiva, já que o aumento do fluxo sanguíneo no cérebro pode melhorar a atenção, memória e até velocidade de raciocínio. 

Existem riscos?

Sim — e é bom saber quais são.

Apesar dos benefícios, o uso de nitratos concentrados — como em suplementos — pode representar riscos para pessoas que usam medicação para pressão alta ou vasodilatadores, já que o efeito pode ser potencializado.

Em bebês e gestantes precisam de cuidado extra, o excesso de nitrato foi associado a problemas de oxigenação no sangue e, em alguns estudos, até malformações cardíacas no feto.

No geral, porém, os nitratos naturais vindos dos alimentos são seguros — e, para muitas pessoas, altamente benéficos. Como sempre, o segredo está na origem, na dose e no bom senso. Nunca esqueça de falar com um profissional de saúde. 

Quais as dosagens os estudos usaram?

Nos estudos clínicos, as doses mais eficazes ficam entre 200 e 1.000 mg de nitrato por dia, geralmente consumidos na forma de 70 a 250 mL de suco de beterraba (cerca de 1 beterraba média com água), tomado 2 a 3 horas antes do exercício. Muita gente não vai gostar do sabor. Rsrs!

Importante: rúcula tem uma concentração de nitratos de 2 a 4 vezes maior que a beterraba, dependendo da fonte.

Para performance, alguns protocolos usam até 500 mL de suco por dia, fornecendo até 1.000 mg de nitrato.

Já para melhora da pressão arterial e função vascular, a faixa efetiva de nitrato nos estudos está entre 200 e 800 mg por dia.

O João não falou, mas suspeitamos que a razão desse “mero” suco de beterraba não seja por que ele gosta do sabor. ;)

NOTÍCIAS

O que mais está acontecendo?

💡 Pela primeira vez, um anti-amilóide mostrou potencial para adiar os sintomas do Alzheimer em pessoas geneticamente destinadas a desenvolvê-lo. Os resultados ainda são preliminares, mas indicam que remover placas décadas antes pode mudar o rumo da doença.

💡 O fundador da Elysium liderou descobertas sobre longevidade, formou grandes nomes da ciência e virou empresário de suplementos. Mas agora enfrenta ceticismo até de seus ex-alunos. A fronteira entre ciência e marketing nunca foi tão confusa.

💡 A 23andMe entrou em colapso financeiro e deve vender seus ativos em breve — e até a ex-CEO e fundadora, Anne Wojcicki, está na disputa pela compra. A grande discussão agora é: o que vai acontecer com os dados genéticos de 15 milhões de pessoas? Sem regulação clara nos EUA, o debate promete ser intenso.

💡 Uma IA chamada ECgMLP alcançou 99,26% de precisão ao diagnosticar câncer endometrial — superando médicos e modelos atuais. Se aplicada em larga escala, essa tecnologia pode democratizar o acesso a diagnósticos precoces e salvar milhares de vidas.

💡 Cresce o número de empresas que vendem longevidade com base em testes sofisticados e biomarcadores. Eric Topol escreveu um texto analisando esse mercado e fazendo alertas importantes sobre exageros, custos e a ausência de dados robustos.

💡 A Scientific American lançou uma edição especial dedicada à nova ciência da longevidade. De IA no diagnóstico precoce a terapias celulares e mudanças de hábito, os artigos mostram o que há de mais promissor (e realista) para expandir saúde e performance.

💡 O Google apresentou 6 novos usos de IA na saúde — de diagnósticos precoces a detecção de parada cardíaca no relógio. A promessa? Mais precisão, velocidade e personalização. Mas o desafio continua: usar isso pra cuidar melhor, não apenas impressionar.

VALE SABER

“Você pode saber o nome de um pássaro em todos os idiomas do mundo, mas, ao final, isso não significa que você saiba nada sobre o pássaro...

Então, olhe para o pássaro. Veja o que ele faz — isso é o que importa.

Aprendi muito cedo a diferença entre saber o nome de uma coisa e saber, de fato, o que ela é.”

— Fonte: Richard Feynman

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