
Bom dia. Busque curiosidade naquilo que te interessa.
Já dizia um médico famoso — Mais se perde por não olhar do que por não saber.
SAÚDE
Água: O Papel da Hidratação
Vou te passar um dado impressionante: um estudo mostrou que 31% dos atletas amadores começam treinos e competições desidratados. E o problema disso não é apenas o impacto nos treinos, mas também no dia a dia. A desidratação afeta a nossa performance física, a saúde geral e até nossa capacidade mental.
Quando estamos desidratados, nossa resistência física, força muscular e capacidade de realizar atividades prolongadas ficam comprometidas. Além disso, a memória, o foco e a clareza mental são prejudicados, e a sensação de cansaço aumenta. A desidratação eleva nossa frequência cardíaca e sobrecarrega os rins. Ou seja, ficar desidratado é um péssimo negócio.
Para facilitar o entendimento, vamos dividir a hidratação em dois momentos:
Hidratação do dia a dia
Hidratação ligada ao exercício físico
Hidratação do dia a dia
Aqui não tem segredo: a recomendação é consumir em média cerca de 2,4 litros de líquidos por dia (incluindo água, café e chá). Isso equivale a aproximadamente 200 ml por hora, distribuídos ao longo do dia. Próximo à hora de dormir, o ideal é reduzir o consumo para evitar idas noturnas ao banheiro.
O maior desafio? Lembrar de beber água.
Muitas vezes, esquecemos de nos hidratar e nem percebemos que o cansaço pode ser um sinal de desidratação. A melhor estratégia é deixar uma garrafa de água sempre por perto e calcular quantas vezes precisa enchê-la para atingir sua meta diária. Hoje em dia, existem até aplicativos que ajudam a lembrar de beber água.
Hidratação ligada ao exercício
Durante o treino, o corpo sua para manter a temperatura baixa. Com o suor, perdemos água, sódio e outros eletrólitos importantes. Por isso, é essencial focar em dois pontos principais:
Quantidade de água
Quantidade de sódio
Um alerta importante: se você tem uma dieta rica em sódio, é sedentário ou possui problemas cardiovasculares, tome cuidado com o excesso de sódio. Assim como a falta, o excesso pode ser prejudicial e, por isso, é fundamental ter acompanhamento médico ao definir sua estratégia de hidratação e suplementação.
De acordo com o Dr. Andy Galpin, os protocolos básicos são os seguintes:
Antes do exercício
Estar bem hidratado ao longo do dia já é suficiente para treinos leves. Para treinos intensos ou longos, consumir cerca de 500 mg de sódio com 1 litro de água 60 a 90 minutos antes pode melhorar a retenção de líquidos e otimizar sua performance.
Durante o exercício
A maneira mais prática é usar a Equação de Galpin, que resume os estudos científicos sobre hidratação durante o treino. Multiplique seu peso (em kg) por 2. Esse número será o volume, em ml, que você deve ingerir a cada 20 minutos. Por exemplo, se você pesa 70 kg, deve beber 140 ml a cada 20 minutos. Se estiver em áreas muito quentes, aumente a quantidade.
Se o treino for longo ou você estiver fazendo dois treinos seguidos, opte por bebidas esportivas que combinem eletrólitos com carboidratos. A presença de carboidratos melhora a absorção da bebida no intestino, tornando a hidratação mais rápida e eficiente. Pode parecer não fazer sentido, mas essa descoberta foi revolucionária no combate à desidratação severa, como no caso da cólera. Tanto que, em 1978, a revista The Lancet publicou:
“A descoberta de que o transporte de sódio e glicose são acoplados no intestino delgado, de modo que a glicose acelera a absorção de solutos e água, foi potencialmente o avanço médico mais importante deste século.”
Depois do exercício
Reponha cerca de 150% do peso perdido em líquidos. Por exemplo, se você perdeu 1 kg, consuma 1,5 litro de líquidos. Lembre-se de incluir eletrólitos, pois apenas beber água pode diluir a concentração de sódio no sangue, causando outros problemas.
Na prática, pouquíssimas pessoas vão se pesar antes e depois de todo treino e fazer a conta. Mas é útil ter uma ideia de quanto líquido você perde em uma sessão típica e usar isso como parâmetro. Para quem quer ser mais preciso, existem testes laboratoriais que medem exatamente a perda de água e eletrólitos durante o exercício, permitindo criar uma estratégia personalizada de hidratação.
Hidratar-se bem não é sobre complicação, mas sobre consistência. Pequenas mudanças como essas têm o poder de aumentar sua energia, disposição e saúde no geral. Vale o esforço!
CIÊNCIA NA PRÁTICA
Qual momento certo para consumir carboidratos após o exercício?
Imagine que você acabou de finalizar um treino intenso e precisa repetir o mesmo esforço no dia seguinte. O que você come, e quando come, vai impactar diretamente sua performance no próximo treino. Um estudo recente investigou o efeito de atrasar o consumo de carboidratos após o exercício, explorando uma hipótese intrigante: seria possível amplificar os benefícios moleculares do treino ao atrasar os carboidratos sem comprometer a recuperação?
A ideia por trás do estudo
O raciocínio é simples: ao atrasar a ingestão de carboidratos nas primeiras três horas após o exercício, cria-se um período de baixa disponibilidade de energia, o que, segundo alguns estudos, pode estimular respostas moleculares no músculo, como o aumento da biogênese mitocondrial. Em teoria, consumindo os carboidratos necessários nas horas seguintes, seria possível combinar o melhor dos dois mundos: aumentar os benefícios moleculares do treino e ainda garantir a reposição de glicogênio para o próximo dia.
Para testar essa ideia, pesquisadores analisaram nove homens ativos que participaram de sessões intensas de HIIT (High-Intensity Interval Training). Após o treino, os participantes foram divididos em dois grupos: um consumiu carboidratos imediatamente (2,4 g por kg de peso corporal) e o outro atrasou a ingestão em três horas, mas ambos atingiram a mesma quantidade total de carboidratos ao longo de 24 horas. No dia seguinte, todos repetiram o mesmo protocolo de HIIT até a exaustão.
O que os resultados mostraram
As respostas moleculares, diferente de outros estudos, foram semelhantes nos dois grupos e o desempenho no dia seguinte foi impactado. O grupo que consumiu carboidratos imediatamente conseguiu realizar 30% mais intervalos e relatou menor percepção de esforço. A reposição de glicogênio foi suficiente nos dois grupos, mas acredita-se que o atraso tenha comprometido o reabastecimento de compartimentos específicos de glicogênio nas células musculares.
Além disso, atrasar os carboidratos aumentou a sensação de cansaço durante o treino subsequente. Ou seja, na prática, a tentativa de alcançar o “melhor dos dois mundos” não se traduziu em ganhos reais.
O que fazer na prática
Se o objetivo é garantir uma recuperação rápida e performance consistente, o que esse estudo mostrou? Priorize o consumo imediato de carboidratos após o treino.
Treinos leves ou ocasionais: O impacto de atrasar os carboidratos é menor. Se você não vai treinar novamente nas próximas 24 horas, pode experimentar atrasar.
Treinos intensos ou consecutivos: Consuma carboidratos imediatamente após o treino para garantir reposição eficiente de glicogênio e melhor desempenho no próximo esforço.
Combinação ideal: Não esqueça de combinar carboidratos com proteínas para ajudar na recuperação muscular.
Lembre-se: Sempre converse sobre esse plano com o nutricionista e outros profissionais de saúde.
PREVENÇÃO
O álcool aumenta o risco de câncer?

Em nossa busca por longevidade, uma das coisas mais importantes é conseguir reduzir o risco de doenças, principalmente aquelas que potencialmente são as que têm a maior chance de causar nossa morte, como doenças cardiovasculares, doenças metabólicas e câncer.
Dentro das estratégias para a redução desses riscos, existe dois tipos de abordagem:
O que fazer
O que deixar/evitar de fazer
🔍 Ciência do cérebro
Neurologicamente, a ação de fazer (Do) e deixar de fazer (Don’t Do) ativam circuitos diferentes no cérebro. Isso significa que deixar de fazer algo envolve áreas cerebrais distintas das que impulsionam a ação de adotar novos hábitos.
Esses processos são treináveis, e para quem tem interesse de entender como o cérebro funciona e inclusive esses circuitos, Andrew Huberman no
episódio #1 de seu podcast, dá uma aula excelente.
Nesse contexto, recentemente, o Dr. Vivek Murthy, principal autoridade de saúde pública dos EUA, publicou via governo dos EUA um guia sobre: A relação causal entre o consumo de álcool e o aumento do risco de câncer.
Como falou um médico amigo meu: “Não era bem a notícia que a gente queria ler”, mas temos que encarar os fatos e decidir o que fazer com essa informação.
Como o álcool pode causar câncer?
O álcool, ou etanol, pode desencadear o desenvolvimento de câncer por quatro mecanismos principais:
Transformação em acetaldeído: uma substância altamente tóxica que danifica o DNA, favorecendo mutações.
Produção de radicais livres: o álcool gera espécies reativas de oxigênio, causando danos às células e aumentando inflamações.
Alteração hormonal: o álcool pode elevar os níveis de estrogênio, um fator de risco para câncer de mama.
Facilitador de carcinógenos: ele aumenta a absorção de substâncias cancerígenas, como as do tabaco, especialmente em áreas como boca e garganta.
Quanto álcool é necessário para aumentar o risco?
Estudos indicam que mesmo uma única dose diária (aproximadamente 10g de álcool ou uma taça de vinho) pode aumentar o risco de câncer de mama em mulheres em até 13%. Para cânceres de boca e garganta, o risco sobe ainda mais com quantidades moderadas de consumo. E o problema não é exclusivo de grandes consumidores: até níveis considerados “seguros” pelas diretrizes alimentares podem estar associados a um risco maior de câncer.
Por que essa relação não é amplamente conhecida?
Embora a relação entre álcool e câncer seja reconhecida desde os anos 1980, menos de metade da população americana associa o álcool ao risco de câncer, no Brasil a situação deve ser no mínimo igual. Isso contrasta com fatores de risco amplamente conhecidos, como tabagismo e obesidade.
Parte desse desconhecimento pode ser atribuído à falta de rótulos mais informativos em bebidas alcoólicas e campanhas de conscientização robustas. Em alguns países, como Canadá e Austrália, campanhas mais rigorosas e rótulos informativos têm ajudado a conscientizar a população sobre os riscos do álcool.
O que podemos fazer?
Se evitar completamente o álcool não for uma opção, algumas estratégias podem ajudar a reduzir os impactos negativos:
Reduza o consumo total: quanto menos álcool, menor o risco.
Esteja atento à frequência e quantidade: evitar episódios de consumo excessivo pode ser uma medida protetora.
O que isso significa na prática?
Repensar nossa relação com o álcool é uma escolha individual com impactos sociais em nossa vida, mas entender os riscos é essencial para decisões informadas. Como destaca o relatório do Dr. Vivek, o álcool é um carcinógeno do mesmo nível de substâncias como o tabaco. Por isso, refletir sobre o consumo e buscar alternativas é um passo importante para quem almeja viver mais e melhor.
INTERESSANTE
O que mais está acontecendo?
💡 Digno de Prêmio Nobel. É assim que Iñigo San Millán descreve a descoberta do Dr. George Brooks sobre o complexo mitocondrial de oxidação de lactato (mLOC), que redefine o entendimento do metabolismo de carboidratos.
💡 Aptidão supera peso para longevidade. O maior estudo já feito sobre aptidão e IMC conclui: estar fora de forma pode triplicar o risco de morte precoce, enquanto obesos fisicamente aptos têm metade do risco de quem tem peso normal, mas baixa aptidão.
💡 Otimismo e longevidade: Peter Diamandis compartilha sua visão sobre longevidade, como será o futuro desse mercado e outros insights no podcast de Rich Roll.
💡 Tenvie Therapeutics surge com US$ 200 milhões em investimento para revolucionar o tratamento de doenças neurológicas. A startup desenvolve moléculas inovadoras para combater inflamações, disfunções metabólicas e restaurar funções celulares.
💡 Bioptimus levanta US$ 41 milhões para criar o "GPT da biologia". A startup francesa combina IA e biologia para simular sistemas biológicos, prever doenças e desenvolver tratamentos inovadores.
VALE SABER
O que significa estar vivo?
Estar vivo é como estar sob uma cachoeira. Você deixa a margem adormecida deliberadamente; tira suas roupas empoeiradas, caminha descalço entre as pedras altas e escorregadias, prende a respiração, escolhe onde pisar e entra na cachoeira. A água dura golpeia seu crânio, bate em pedaços nos seus ombros e braços. A corrente forte despenca ao seu lado, e você a sente subindo violentamente pelas suas panturrilhas e coxas, voltando para a superfície agitada, cheia de bolhas que escorrem pela sua pele ou estouram em você com toda a velocidade. Dá para respirar aqui? Aqui, onde a força é maior e só a resistência do seu pescoço impede que o rio atinja seu rosto. Sim, você consegue respirar até aqui. Você poderia aprender a viver assim. E pode, se concentrar, até olhar para a margem tranquila do outro lado, onde tenta erguer os braços. Que barulheira nos seus ouvidos, que bombardeio desordenado!
É o tempo batendo em você, tempo. Saber que você está vivo é observar, por todos os lados, o curto tempo da sua geração desmoronando tão rápido quanto os rios caem no ar — e senti-lo atingir você.
— Fonte: An American Childhood - Annie Dillard
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